quarta-feira, dezembro 14, 2016

Exposição "Saint-Hilaire e as Paisagens Brasileiras" na Biblioteca Nacional


Pessoas Queridas,

De hoje até o final de fevereiro, a Biblioteca Nacional abriga esta mostra com curadoria de servidores da casa, coordenados por mim. Estão todos convidados a nos prestigiar!

Com sua grande diversidade de fauna e flora, rios caudalosos e matas impenetráveis, o território brasileiro sempre foi visto com fascínio pelos cientistas estrangeiros. Suas jornadas pelo país tiveram como resultado não apenas a descoberta e o conhecimento de novas espécies, mas também saborosos relatos sobre o Brasil e seus habitantes.

Auguste de Saint-Hilaire esteve no país entre 1816 e 1822, financiado pelo governo da França, que, como outros Estados europeus, contava com os cientistas para obter informações sobre o Novo Mundo e encontrar a melhor forma de explorar seus recursos naturais. Durante sua viagem, o botânico recolheu cerca de 30.000 amostras de mais de 6.000 espécies vegetais, que descreveu e catalogou em seus cadernos de campo. Também escreveu sobre os lugares que visitou, com observações detalhadas que, ao se referir à sociedade e aos costumes brasileiros, por vezes assumiam o tom de crítica.

As espécies descritas por Saint-Hilaire se encontram nos três volumes ilustrados da Flora Brasiliae Meridionalis, publicados após seu retorno à França. As paisagens que visitou, contudo, não foram retratadas ao longo de suas expedições; edições posteriores seriam ilustradas com trabalhos de artistas como Jean-Baptiste Debret e Hercule Florence.

Nesta exposição, que comemora o 200º aniversário de sua chegada ao Brasil, o itinerário percorrido pelo naturalista é revisitado através de uma fusão de textos e imagens. Densas florestas, campos gerais com araucárias, o distrito diamantino, índios, tropeiros e gaúchos saltam dos relatos escritos por Saint-Hilaire e ganham forma através das gravuras e desenhos produzidos por outros artistas, alguns dos quais no âmbito de expedições que seguiram o mesmo trajeto, como a de Carl von Martius e a do príncipe Maximilian zu Wied-Neuwied.

Buscamos, assim, contribuir para que a obra de Auguste de Saint-Hilaire, hoje esquecido ou desconhecido por muitos, alcance a devida dimensão aos olhos de nossos visitantes.

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