quinta-feira, dezembro 09, 2010

Narrar, ser mãe, ser pai - Celso Gutfreind



Pessoas queridas,

Como vocês devem saber, adoro contar histórias, além de escrevê-las. Quem leu meus contos e romances já percebeu que quase sempre tem um narrador ou mestre de sagas - isso inclui Anna de Bryke e os marioneteiros Cyprien e Zemel - e quem conhece meu livro "Os Contos de Fadas" sabe que dedico um capítulo à arte de contar histórias, inclusive com o propósito da cura ou do suporte psicológico. Minhas referências nessa área, porém, sempre foram mais baseadas na escola junguiana, de resto seguida pelo Joseph Campbell e outros estudiosos dos mitos e histórias tradicionais.

Pois bem, acaba de me cair nas mãos o livro de um psicanalista que eu achei muito bacana. Pós-doutor pela Universidade Paris 6, o gaúcho Celso Gutfreind pesquisa a utilidade terapêutica da narrativa, e é também escritor, poeta, contador de histórias e pai. Em seu livro Narrar, ser mãe, ser pai, publicado pela Difel, Celso discorre sobre o processo psicológico da parentalidade, afirmando que não há pais à vontade se não contarem histórias... e que, para se tornarem psicologicamente disponíveis para seus filhos, os pais precisam estar à vontade com suas próprias histórias.

Eu já refleti bastante sobre isso e concordo tanto com a posição do Celso que até deixei de lado minha birra com os freudianos pra curtir esse livro, tão próximo da psicologia quanto da poesia e da literatura. E, sem dúvida, cheio da sensibilidade que deve ter um contador de histórias. É por isso que o recomendo.

Abraços a todos,

Ana

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