sexta-feira, julho 02, 2010

A Infância do Mago, de Hermann Hesse



O desejo por todos os poderes mágicos acompanhou-me vida afora, sob formas tão diversas que às vezes eu mesmo custava a reconhecê-las (...). Volta e meia quis sumir dos meus livros, quis me rebatizar e me esconder por trás de nomes brincalhões e cheios de sentidos (...). Olhando para trás, vejo que toda a minha vida esteve sob o signo daquela vontade de ser mágico.

O trecho acima foi extraído de A Infância do Mago, de Hermann Hesse, que acaba de sair no Brasil sob o selo da José Olympio. Trata-se menos de uma autobiografia e mais de uma interpretação do que foram, para Hesse, os seus primeiros anos: um tempo em que tudo era relativo e maleável, em que um estranho duende lhe servia de guia e os textos mudavam de página no interior dos livros.

Esse tempo de sonho foi o ponto de partida para que Hesse, auto-denominado “Príncipe do Possível”, empreendesse sua longa jornada em busca de iluminação, da qual temos o privilégio de partilhar por intermédio de seus livros. Quem gostou de O Lobo da Estepe, Sidarta e O Jogo das Contas de Vidro fará bem em conferir este livrinho, que, passível de ser lido em meia hora, abre uma janela para o tempo e o lugar de origem de toda uma vida repleta de magia.

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