segunda-feira, dezembro 12, 2005

Top 15 2005 (Parte 1)

Oi, Pessoas! Tudo bem?

Já nem me desculpo pelo tempo que levo sem postar e sem aparecer nos cantinhos de vocês. Aqui em casa, além do tempo escasso e da conexão ruim, são poucas as páginas que consigo abrir, e o servidor da BN resolveu seguir tardiamente o exemplo de nós outros, também servidores, mas de carne e osso. Ou seja, está em greve. Assim, passam-se dias e dias sem que eu consiga atualizar a Estante. Vamos ver se as coisas mudam no ano que vem.

Com todas as dificuldades, eu não poderia deixar de cumprir a tradição estabelecida nos anos anteriores, com o "Top 20" de dicas literárias. Este ano, no entanto, vai ser "Top 15", não porque eu tenha lido menos ou porque faltem bons livros, mas porque resolvi me limitar a três categorias. Aqui vai a primeira leva... Espero que gostem!

5 livros de não-ficção

Herdando uma Biblioteca
, de Miguel Sanches Neto. Já citei este livro aqui, no post em que contei a vocês por que havia me decidido a publicar mais uma obra independente, mas vale repetir a dica. Os ensaios de Sanches Neto - sobre livros e bibliotecas, sobre o ofício da crítica, sobre o que é ser um leitor de ficção no mundo das "informações rápidas" - são lúcidos, precisos e por vezes divertidos. Nota 10 para Miguel.

Ler, Escrever, Fazer Conta de Cabeça, de Bartolomeu Campos Queirós. Para quem gosta da literatura (dita) infantil, Bartolomeu dispensa apresentações. Para quem não conhece, esta é uma oportunidade de entrar em contato com um dos mais sensíveis autores brasileiros, através do que ele faz melhor: resgatar as lembranças de sua infância, bagagem que seria amplamente utilizada em seus (muitos e bons) livros.

A Louca da Casa, de Rosa Montero. Irreverência é a tônica dos ensaios da escritora e jornalista espanhola ao falar de seu ofício e de tudo aquilo que o rodeia. O destaque vai para as impagáveis (três, creio) diferentes versões do que teria sido seu caso com um ator famoso, mostrando que a imaginação pode, sim, reinventar e até subverter a realidade. Eu recomendo!!

Ilhas do Tempo, de Ana Maria Machado. Neste livro estão reunidos alguns textos que são, na maioria, conferências dadas pela autora no Brasil e em outros países. Em pauta, literatura "infantil" e para todas as idades, o hábito da leitura, a trajetória de Ruth Rocha (cunhada de Ana Maria, para quem não sabe) e algumas observações pertinentes sobre o que é ser um escritor no Brasil e fora dele. Vocês sabiam que as editoras americanas têm um "número padrão" de páginas e palavras adequadas a cada faixa etária, e você está "fora" se escrever um livro 20% mais longo do que isso? Bom, aqui deve ser igual, mas pelo menos não estamos sozinhos em nosso cerceamento da criatividade.

Gramática da Fantasia, de Gianni Rodari. Este é um clássico. O professor italiano fez pela escrita mais ou menos o mesmo que o francês Pennac fez pela leitura: soltou-a no meio de seus alunos e deixou acontecer. Vai daí, histórias surpreendentes, criadas por crianças que antes estavam presas a cartilhas e a redações tipo "O que você fez nas férias". Bom para pais, professores e subversores de todas as idades.

E aí? Que tal? Pois é... Como viram, quando eu não estava lendo Literatura, estava lendo sobre Literatura. De qualquer forma, mesmo para quem não trabalha na área, esses são livros muito legais, sem os tecnicismos que podem tornar aborrecida a leitura até dos temas mais interessantes.

Espero que tenham gostado destas dicas. Semana que vem, se tudo der certo, tem mais. Até lá... e boas leituras!

Abraços pra vocês,

Ana Lúcia

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